A mostra “Remnants” do artista plástico pernambucano e cidadão do mundo Fernando Ferreira de Araujo, residindo atualmente em São Paulo, estará aberta ao público até o dia 07 de junho no Gabinete D, na Rua Estados Unidos 273, no Jardim Paulista. A abertura foi num sábado, 10 deste mês de maio, seguindo uma forte tendência nas grandes cidades em ter exposições e eventos culturais durante toda a tarde até início da noite. Esta aqui rolou até às 20h00 regada à Chandon e com um buffet impecável. Abaixo falo um pouco da tragetória do artista e do processo criativo desta série.
Foto: Fabio Zanzeri
Conversando com os galeristas Eduardo Machado e Wair de Paula eles me atualizaram sobre o sucesso do evento. Não só pelas várias obras vendidas para colecionadores da capital paulistana mas também pelo interesse que vem gerando no meio artistico. Segundo Eduardo Machado, esta vem a ser uma das mostras mais bonitas que o Gabinete D montou desde a sua abertura há um ano. Mesmo já tendo participado de coletivas e feiras de arte em São Paulo, esta foi de fato a primeira individual do artista na capital paulistana. Sendo Fernando Ferreira de Araujo um dos artistas do elenco da galeria, após o dia dia 07 de junho o Gabinete D manterá parte desta série em seu acervo.
Fernando pinta há mais de 20 anos e a sua trajetória data desde 1989, quando duas de suas obras foram selecionadas pelo MAC – Museu de Arte Contemporânea de PE para o Salão de Novos daquele ano. No entanto, só em 2001 que ele passou a se dedicar à pintura de forma integral. No periodo, de 1987 a 2001, ele comandava uma fábrica de roupas, suas lojas em Recife e Curitiba e uma estamparia, que segundo ele supria, em parte, a sua verver criadora. No entanto, nunca parou de pintar, participou neste periodo de algumas coletivas em Recife e São Paulo, incentivado pelo saudoso Crisaldo Moares. Em 2003, mergulhou no cenário internacional participando de várias mostras individuais, coletivas e leilões nos Estados Unidos e Europa. Membro do The Art Students League of NY, se mudou para Nova York naquele ano, onde montou o seu atelier em Manhattan. Desde então vem solidificando a sua presença no mercado internacional. As suas obras podem ser encontradas em importantes coleções privadas nos EUA e Europa assim como no acervo permanente do MAC-PE. Em 2010 foi listado como um dos 100 brasileiros mais influentes de Nova Iorque pela revista Vogue em conjunto com a BrazilFoundation.
Para esta mostra o curador, Eduardo Machado, selecionou 26 obras todas em papel de algodão - 300g a 640g - montadas em caixa de madeira e vidro. A grande maioria é inédita e produzida entre 2012 e 2014. No entanto uma pequena parte, fase seminal do conjunto da obra, participou de uma mostra individual do artista no MAC-Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, no ano passado (abril-junho, 2013).
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Fernando Ferreira de Araujo |
Na vida nômade que o persegue, ou perseguida por ele, como ele mesmo diz, Fernando resolveu coletar parte dos pedaços que deixa para trás e representá-los em texturas que falam por cada centímetro. Ele aborda aspectos que há muito tempo queria focar como tema principal: 'Textura' e a dimensionalidade a partir do detalhe. Neste distanciamento do pictórico, o artista busca o encontro com o caos, com o desordenado, mas, que o norteia em cada gesto, cada passo. Nesta série ele coleta fragmentos do seu passado (recortes, rebocos de paredes de antigos estúdios, recibos, embalagens, fotos e o que mais tiver passado no seu caminho) e os integra, com impastos, ao momento presente da obra através de um depoimento gráfico-caligráfico, que inicia o seu trabalho, mas ao mesmo tempo é quase soterrado pelas reminiscências e sobreposições de camadas. Neste processo o todo é tão importante quanto o detalhe que originou a obra, e que na maioria das vezes encontra-se quase que completamente soterrado sob as várias camadas de matérias. Aqui o foco é ampliado sobre o ângulo sem perder a visão macro e sem necessariamente expor, por completo, o detalhe seminal. Fernando reforça que muitas vezes, ou na maioria delas, os detalhes, os fragmentos os agradam mais do que a obra finalizada. A sua obra é abstrata por essência e, comumente o observador se depara com detalhes que sobrepõem a visão macro.
Confira aqui algumas fotos da tarde de abertura:
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Eduardo Machado |
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Eduardo Machado, Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula |
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Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula |
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Astrid Fontenelle, Eduardo Machado, Bb Schmitt, Fernando Ferreira de Araujo e Jairo Valdati |
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Alex Flemming, Roberto Flemming e Wair de Paula |
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Ana Erosa e Roque Villamil |
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Fernando Ferreira de Araujo e Astrid Fintenelle |
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Astrid Fontenelle, Ernesto Mancino e Cris Tamer |
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Cris Tamer |
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Moises Patricio, Fernando Ferreira de Araujo e Alex Flemming |
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Jairo Valdati e Fernando Ferreira de Araujo |
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Vilma Meirelles e Fernando Ferreira de Araujo |
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Carlos Ostronoff, Claudia Spina, Shicha Kessin e Fernando Ferreira de Araujo |
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Moises Patricio, Alex Flemming, Fernando Ferreira de Araujo, Jairo Valdati e Fabio Stachi |
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Átila Sarkozy e Fernando Ferreira de Araujo |
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Eduardo Machado e Fernando Ferreira de Araujo |
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Eduardo Machado, Simone Goltcher e Bobby Krell | | | |
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Beatriz Franco |
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Luiz Claudio de Oliveira Lima, Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula |
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Luciana Caires |
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Luciano Bego, Jairo Valdati e Eric Sgambato |
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Thomas Baccaro |
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Wair de Paula e Hugo Curti |
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Ayao Okamoto |
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Neca Prado |
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Jairo Valdati, Cintia Thomé e Vilma Meirelles |
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Eric Sgambato |
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Felipe Wajss |
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Thomas Baccaro e Fernando Ferreira de Araujo |
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Fernando Ferreira de Araujo e Luiz Cavalli |
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Eric Sgambato e Luciano Bego |
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Carlos Ostronoff e Fabiano Perez |
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Claudia Spina, Shicha Kessin |
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Ernesto Mancino e Thomas Baccaro |
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Ernesto Mancino, Osvaldo Nachbar, Leonardo Kicoli e Wair de Paula |
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Beth Neves e Bruno Prata |
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Wair de Paula, Effrem Bastos e Duda Muniz |
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Wair de Paula e Carlos Ostronoff |
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Virginia e Daniela Veloza |
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Wair de Paula e Bb Schmitt |
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Luiz Cavalli e Cinthia Thomé |
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Kiko Moldonato |