quarta-feira, 21 de maio de 2014

DERLON & JULIA DEBASSE::VERNISSAGE 22/05::ARTUR FIDALGO GALERIA::COPACABANA-RIO DE JANEIRO-BRASIL.


Depois de passar em São Paulo e já com abertura marcada para Paris, a exposição Ouro Branco, do artista pernambucano Derlon, chega ao Rio com exclusividade pela Artur Fidalgo Galeria.
Com curadoria do francês Paul Duboc e registros fotográficos do argentino Pablo Saborido, o artista apresenta o resultado de sua residência no interior do sertão cearense em março deste ano, com convite e apoio da marca francesa VERT. Artur Fidalgo apresenta também a exposição de Julia Debasse, com curadoria do artista Marcos Chaves. A exposição traz uma combinação de imagem e texto e diferentes técnicas de pirografia e pintura.

Derlon Almeida | Ouro Branco

Na sala principal da galeria, o público se depara com uma imagem em tamanho real da fachada de uma das casas localizadas no município de Choró, no sertão central cearense. O retrato da família que mora naquela casa está pintado na parede externa, imitando as xilogravuras típicas de literatura de cordel. Só que aqui os folhetos dessa história são os próprios muros brancos das casas, da igreja e da escola da comunidade. Para delinear as imagens, foi usado spray de tinta preta, pincel e rolo. O autor dessa história popular é o artista Derlon. Ele fez mais de 12 intervenções nas comunidades de Riacho do Meio, Tauá e Quixeramobim retratando o dia a dia das famílias que vivem na região. Ao usar de maneira original a iconografia regional, ele revela um pouco das questões locais, que vão da religião à conquista de terra, da família ao plantio de algodão. Outras oito pinturas em madeira feitas pelo artista e uma escultura completam o ambiente.

No Armazém Fidalgo, mais uma imagem em tamanho real reproduz outra casa do vilarejo nos corredores do shopping de Copacabana. No lugar da janela, aparece a vitrine escancarada. Fica o convite para que espiemos o que acontece dentro dessa casinha nordestina. Lá, uma linha ou cordel segura um par de tênis amarrado pelo cadarço. O calçado, todo feito em algodão orgânico produzido pela comunidade, traz também a estampa do artista.


Julia Debasse | Ao meu prezado predador

No aquário central e em outra sala da galeria, Julia Debasse oferece seu coração aos predadores: "O predador é aquele a quem damos poder. Acho que o maior predador de qualquer pessoa é aquele em quem se deposita afeto", conta. Em pinturas fortes, mas recheadas de humor, Júlia traz a temática da caça recorrente na história da arte. "Nas pinturas, homens e mulheres são retratados como animais, ou se comportando de forma animalesca, enquanto os animais se portam de forma civilizada". A artista apresenta 6 pinturas e faz referências à falconeria e mulheres caçadoras.

Julia também apresenta pela primeira vez suas pirografias. Duas delas, as maiores, fazem referência à frase de placa de caminhão "Viajo porque preciso / Volto porque te amo", tendo um barco para presentar a partida e um farol para simbolizar o retorno. Julia Debasse conta que inicialmente os trabalhos se basearam em imagens comuns às tatuagens. "A tatuagem e a pirografia são similares na ideia de ferir uma superfície para transformá-la. Também me atraiu o fato de ser uma técnica pouco utilizada por artistas e trazer uma técnica popular, sem prestígio, para o maravilhoso mundo da arte contemporânea.", conta.



Texto: Patrícia Kalil

Derlon e Julia Debasse | Artur Fidalgo galeria
Abertura: Quinta-feira, dia 22 de maio, às 19h
Período de visitação: 22 de maio até 11 de junho de 2014

Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 10h às 19h
Onde: Rua Siqueira Campos, 143, 2º andar – 138/147/150
Copacabana - Rio de janeiro - Brasil
Tel: +55-21-2549.6278
Divulgação: Cynthia Tostes Vinhaes Fidalgo.