sábado, 31 de maio de 2014

REMNANTS :: MOSTRA DO ARTISTA FERNANDO FERREIRA DE ARAUJO VAI ATÉ 07 DE JUNHO NO GABINETE D :: SÃO PAULO-BRASIL.

A mostra “Remnants” do artista plástico pernambucano e cidadão do mundo Fernando Ferreira de Araujo, residindo atualmente em São Paulo, estará aberta ao público até o dia 07 de junho no Gabinete D, na Rua Estados Unidos 273, no Jardim Paulista. A abertura foi num sábado, 10 deste mês de maio, seguindo uma forte tendência nas grandes cidades em ter exposições e eventos culturais durante toda a tarde até início da noite. Esta aqui rolou até às 20h00 regada à Chandon e com um buffet impecável. Abaixo falo um pouco da tragetória do artista e do processo criativo desta série.
Foto: Fabio Zanzeri


Conversando com os galeristas Eduardo Machado e Wair de Paula eles me atualizaram sobre o sucesso do evento. Não só pelas várias obras vendidas para colecionadores da capital paulistana mas também pelo interesse que vem gerando no meio artistico. Segundo Eduardo Machado, esta vem a ser uma das mostras mais bonitas que o Gabinete D montou desde a sua abertura há um ano. Mesmo já tendo participado de coletivas e feiras de arte em São Paulo, esta foi de fato a primeira individual do artista na capital paulistana. Sendo Fernando Ferreira de Araujo um dos artistas do elenco da galeria, após o dia dia 07 de junho o Gabinete D manterá parte desta série em seu acervo. 


Fernando pinta há mais de 20 anos e a sua trajetória data desde 1989, quando duas de suas obras foram selecionadas pelo MAC – Museu de Arte Contemporânea de PE para o Salão de Novos daquele ano. No entanto, só em 2001 que ele passou a se dedicar à pintura de forma integral. No periodo, de 1987 a 2001, ele comandava uma fábrica de roupas, suas lojas em Recife e Curitiba e uma estamparia, que segundo ele supria, em parte, a sua verver criadora. No entanto, nunca parou de pintar, participou neste periodo de algumas coletivas em Recife e São Paulo, incentivado pelo saudoso Crisaldo Moares. Em 2003, mergulhou no cenário internacional participando de várias mostras individuais, coletivas e leilões nos Estados Unidos e Europa. Membro do The Art Students League of NY, se mudou para Nova York naquele ano, onde montou o seu atelier em Manhattan. Desde então vem solidificando a sua presença no mercado internacional. As suas obras podem ser encontradas em importantes coleções privadas nos EUA e Europa assim como no acervo permanente do MAC-PE. Em 2010 foi listado como um dos 100 brasileiros mais influentes de Nova Iorque pela revista Vogue em conjunto com a BrazilFoundation. 



Para esta mostra o curador, Eduardo Machado, selecionou 26 obras todas em papel de algodão - 300g a 640g - montadas em caixa de madeira e vidro. A grande maioria é inédita e produzida entre 2012 e 2014. No entanto uma pequena parte, fase seminal do conjunto da obra, participou de uma mostra individual do artista no MAC-Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, no ano passado (abril-junho, 2013).
 
Fernando Ferreira de Araujo

Na vida nômade que o persegue, ou perseguida por ele, como ele mesmo diz, Fernando resolveu coletar parte dos pedaços que deixa para trás e representá-los em texturas que falam por cada centímetro. Ele aborda aspectos que há muito tempo queria focar como tema principal: 'Textura' e a dimensionalidade a partir do detalhe. Neste distanciamento do pictórico, o artista busca o encontro com o caos, com o desordenado, mas, que o norteia em cada gesto, cada passo. Nesta série ele coleta fragmentos do seu passado (recortes, rebocos de paredes de antigos estúdios, recibos, embalagens, fotos e o que mais tiver passado no seu caminho) e os integra, com impastos, ao momento presente da obra através de um depoimento gráfico-caligráfico, que inicia o seu trabalho, mas ao mesmo tempo é quase soterrado pelas reminiscências e sobreposições de camadas. Neste processo o todo é tão importante quanto o detalhe que originou a obra, e que na maioria das vezes encontra-se quase que completamente soterrado sob as várias camadas de matérias. Aqui o foco é ampliado sobre o ângulo sem perder a visão macro e sem necessariamente expor, por completo, o detalhe seminal. Fernando reforça que muitas vezes, ou na maioria delas, os detalhes, os fragmentos os agradam mais do que a obra finalizada. A sua obra é abstrata por essência e, comumente o observador se depara com detalhes que sobrepõem a visão macro. 

Confira aqui algumas fotos da tarde de abertura:


Eduardo Machado
Eduardo Machado, Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula
Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula
Astrid Fontenelle, Eduardo Machado, Bb Schmitt, Fernando Ferreira de Araujo e Jairo Valdati

Alex Flemming, Roberto Flemming e Wair de Paula
Ana Erosa e Roque Villamil
Fernando Ferreira de Araujo e Astrid Fintenelle
Astrid Fontenelle, Ernesto Mancino e Cris Tamer
Cris Tamer


Moises Patricio, Fernando Ferreira de Araujo e Alex Flemming
Jairo Valdati e Fernando Ferreira de Araujo
Vilma Meirelles e Fernando Ferreira de Araujo

Carlos Ostronoff, Claudia Spina, Shicha Kessin e Fernando Ferreira de Araujo
Moises Patricio, Alex Flemming, Fernando Ferreira de Araujo, Jairo Valdati e Fabio Stachi
Átila Sarkozy e Fernando Ferreira de Araujo

Eduardo Machado e Fernando Ferreira de Araujo

Eduardo Machado, Simone Goltcher e Bobby Krell
Beatriz Franco






Luiz Claudio de Oliveira Lima, Fernando Ferreira de Araujo e Wair de Paula
Luciana Caires

Luciano Bego, Jairo Valdati e Eric Sgambato
Thomas Baccaro
Wair de Paula e Hugo Curti
Ayao Okamoto
Neca Prado
Jairo Valdati, Cintia Thomé e Vilma Meirelles
Eric Sgambato
Felipe Wajss
Thomas Baccaro e Fernando Ferreira de Araujo
Fernando Ferreira de Araujo e Luiz Cavalli
Eric Sgambato e Luciano Bego
Carlos Ostronoff e Fabiano Perez
Claudia Spina, Shicha Kessin
Ernesto Mancino e Thomas Baccaro
Ernesto Mancino, Osvaldo Nachbar, Leonardo Kicoli e Wair de Paula

Beth Neves e Bruno Prata
Wair de Paula, Effrem Bastos e Duda Muniz

Wair de Paula e Carlos Ostronoff
Virginia e Daniela Veloza
Wair de Paula e Bb Schmitt
Luiz Cavalli e Cinthia Thomé
Kiko Moldonato



CLARICE LISPECTOR TERÁ MUSEU ONDE PASSOU A INFÂNCIA::RECIFE-PERNAMBUCO-BRASIL.


CLARICE LISPECTOR TERÁ MUSEU NO RECIFE.

A jornalista e escritora ucraniana-pernambucana-carioca Clarice Lispector nasceu na vila de Tchetchélnik, Ucrânia, em 10 de dezembro de 1920, quando a família já estava viajando fugindo de perseguição aos judeus.
                                                  Clarice criança no Recife.
           Clarice - a pequena no meio - em foto de infância com os pais e irmãs
Clarice veste luto pela morte de sua mãe Marieta em 1930. Praça do Derby no Recife.

                            Casarão onde viveu Clarice no bairro da Boa Vista.



Com um ano e três meses Clarice desembarca em Maceió com a família. Em 1925 a família se muda para o Recife, onde passa a morar na Praça Conde D’Eu, hoje Praça Maciel Pinheiro, no casarão de nº 387 no bairro da Boa Vista. A autora de “A hora da estrela” viveu toda a infância nesse casarão, antes de mudar-se para o Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1935, aos 14 anos.

Clarice passaria o resto da vida de escritora e jornalista no Rio de Janeiro e também no exterior, pois casa-se em janeiro de 1943 com o diplomata Maury Gurgel Valente. 

                        Clarice com os filhos Pedro e Paulo no Rio de Janeiro.

Agora o casarão da Praça Maciel Pinheiro no Recife, de propriedade da Santa Casa da Misericórdia, será tombado e transformado em “Memorial Casa Lispector”. O memorial terá no térreo recepção, loja de souvenirs, dois espaços de exposições; no 1º andar instalações multimídia de contos de Clarice; no 2º andar sala de cinema, oficina de literatura e biblioteca. 

                             Estátua de Clarice na Praça Maciel Pinheiro no Recife.

A idealizadora do espaço foi a cineasta Nicole Algranti, sobrinha neta de Clarice. A autora de “Perto do coração selvagem” foi a homenageada da Fliporto 2010, quando Beth Goulart deu um show em monólogo representando Clarice. Para quem quiser se aprofundar na vida e obra de Clarice Lispector recomendo a leitura de “Clarice: Fotobiografia”, de Nádias Gotlib, São Paulo: Editora USP, 2009, 2ª edição, 672 p., a venda nas boas livrarias 

                  A atriz Beth Goulart na Fliporto 2010, perfeita de Clarice!
                  Cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco - Brasil.

Texto de Eduardo Cortes.