Com uma trajetória sólida e ascendente, os irmãos, Fernando e Humberto Campana estrearam no dis 5 deste mês, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo, a exposição Anticorpos – Fernando & Humberto Campana 1989-2009 que faz uma retrospectiva com os trabalhos mais irreverentes dos designers brasileiros. A mostra não é cronológica e é dividida de acordo com os conceitos e materiais utilizados pela dupla. O total de 120 peças inclui a famosa poltrona Vermelha de 1993, adquirida pelo Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova York. Com curadoria de Mathias Schwartz-Clauss, do museu alemão Vitra Design, a exposição estará no CCBB em São Paulo até o dia 15 de janeiro, quando seguirá para o Rio de Janeiro.
Observando os trabalhos dos irmãos Campanas, percebe-se que a fórmula do sucesso foi na verdade a contra-mão dos que muitos pensavam ser a própria fórmula. Ou seja, num mercado de design , onde muitas vezes a tendência influencia a criação, eles se permitiram à blindgaem de qualquer forma de influência externa, obedecendo apenas aos seus instintos e impulsos. O ponta pé incial nesta trilha ao sucesso, se deu na exposição em 1989 chamada "Desconfortáveis", onde cadeiras de aço e ferro eram vazadas com a força do maçarico. De lá pra cá as atenções ficaram voltadas à nova dupla de designers, até o grande salto que se deu com a mostra Project 66, no MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova York. Premiados no exterior, eles têm coleções permanentes em museus e mostras individuais nos Estados Unidos e na Europa. Agora, experimentam novas atividades, como a cenografia e o paisagismo, e fazem escola.“Estamos formando designers com a mesma filosofia e o traço do inconformismo”, afirma Humberto.
Papel Sofa, 1993
Vermelha, 1993 (MoMA)