Sua famosa obra em homenagem ao ídolo Ayrton "Ave Senna".
Com muito pesar notício o falecimento do grande artista plástico Braz Dias. Nascido em Amparo, São Paulo em 1936, Braz Erci Dias Furtado, era uma pessoa apaixonante, coisa normalmente difícil de encontrar, pois a maioria dos artistas são muito temperamentais, não sei porque... dizem que o ego do artista é maior que a sua alma criadora, mas isso não acontecia com Braz Dias, pois tinha cultura e história de vida impressionantes, quem o conheceu afirma que era a simplicidade em pessoa. Sua esposa é a artista plástica Astrid Salles. Ele faleceu nesta sexta-feira, 07 de setembro, e o seu enterro foi ontem, dia 08 no cemitério da Lapa em São Paulo.
Primeiros estudos de desenho e pintura com Alcides Rossi, Gian Carlo Laghi e Alejandro Barrenechea. Em 1957 até fins de 1960 frequenta aulas de xilogravura da Escola de Artesanato do MAM Museu de Arte Moderna de São Paulo sob orientação de Livio Abramo.
Em 1959 realiza em São Paulo sua primeira individual com xilogravuras em branco e preto e a cores sendo apresentado por Livio Abramo concorrendo em 1960 ao “Prêmio Isai Leirner” de arte contemporânea promovida pela Galeria de Arte do jornal “Folha de São Paulo” onde obtém o prêmio aquisição sendo citado como a melhor exposição de gravuras do ano. De novembro 1960 a novembro de 1961 Braz Dias vai a Roma e Urbino usufruindo de bolsa de estudos concedida pelo Governo Italiano trabalhar no atelier de Giuseppe Capogrossi, e com xilogravuras, e desenhos utilizando nanquin e café realiza 2 individuais na Italia Urbino e Ancona e uma individual na galeria AMBIENTE de São Paulo.
Em 1966, participa de uma equipe de planejamento e execução de revistas de medicina em Barcelona, Espanha. Em 1983, realiza uma mostra com 40 telas e um álbum de xilogravuras em Schleswig, Alemanha.
Expôs sob curadoria de Fernando Ferreira de Araújo uma individual em julho de 2009, na Galeria Uffici no Recife. Em visita ao seu atelier, para escolhermos as obras da exposição, Fernando me conta que pode ver trabalhos em papel ainda da época em que Braz morou na Itália, quando foi ao atelier de Braz Dias escolher as obras da exposição: "Reminiscência de uma série me chamou especialmente à atenção, era da sua fase abstrata quando usava café e nanquim. Queria na verdade levar tudo que sobrou desta série para a exposição, mas ele de uma forma muito delicada recusou, pois não tinham para ele valor comercial. Imagino que estava reservada para uma provável retrospectiva ou aquisição de Museu. Voltamos então às telas, todas em linho, impecavelmente esticadas em chassis com cunha e, moldura baquete. Meio sem jeito ele se justificava que a moldura simples era para deixar o colecionador mais a vontade na hora de escolher uma mais apropriada. O requinte da sua obra e a simplicidade do artista me fascinaram. Como artista, tenho uma caligrafia solta e gestual, abstrata e orgânica; mas me encanta ver a criação metódica e controlada que ele tinha. Nada era por acaso, tudo tinha o seu lugar. Sua leitura, por vezes surrealista, poderia induzir o observador a classifica-lo como tal, mas logo percebi que ele preferia ficar fora dos “ismos” da arte. Com certeza a sua Viúva, também artista, Astrid Salles, cuidará muito bem do seu legado."
Na Galeria Uffici no Recife com o artista plástico e curador da exposição Fernando Ferreira de Araújo, Julieta Pontes, proprietária da galeria e o arquiteto André Carício com Braz Dias.
Com uma larga experiência e um vasto currículo de exposições, Braz Dias, artista Paulista, reforça cada vez mais seu bem estabelecido lugar no mercado de arte internacional. Desenvolvendo um histórico admirável de sua carreira, com passagens e premiacões nos SALÕES DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO, BIENAL DE SÃO PAULO, MAM/SP (MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO) e no SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA - RIO DE JANEIRO, Braz Dias desenvolve sua obra desde os anos 50; período também marcado pela sua passagem no ISTITUTO STATALE D'ARTE PER L'ILLUSTRAZIONE E LA DECORAZIONE DEL LIBRO DI URBINO, ITALIA. A partir dos anos 70, sua obra apresenta uma tendência surrealista de temática ingênua, equilibradamente colorida, que hora é plana e hora está em perspectiva; às vezes realista outras vezes representativa, fazendo o espectador divagar entre o sonho e a realidade, sempre mantendo um diálogo de pureza poética.
1961 obtem o “Premio Embaixada” (medalha de ouro)
no Certame Latino Americano de Xilografia - Buenos Aires “Argentina;
1961 Salão Nacional de Arte Moderna” Rio de Janeiro;
1961 VI Bienal de São Paulo (com 6 litografias em branco e preto);
1961 Individual na Galeria Ambiente São Paulo;
1962 VI Salão de Arte Moderna de São Paulo (Medalha de Bronze);
1962 Coletiva de artistas Brasileiros Calcografia Nazionale - Roma Italia;
1963 Coletiva “Jeunes Graveurs du Brèsil”, Paris, França;
1964 Coletiva na Galeria São Luiz São Paulo;
1966 Trabalha em Barcelona-Espanha num projeto gráfico da Thomson Publications;
1972 Participa da coletiva “Arte do Brasil” no Museu de Skopje, antiga Iugoslávia;
1972 Exposição Internacional de Gravura, São Paulo;
1978 Participa da mostra “O circo” no Museu de Imagem e Som, São Paulo;
Agora Braz Dias vai pintar nuvens e anjos pelo céu, vá com Deus querido!