Salve Iemanjá a Rainha do mar!
Certamente você já ouviu falar da festa em homenagem à Iemanjá, a "Rainha do mar", que ocorre todo o dia 2 de fevereiro em Salvador, na Bahia, e em várias outras cidades também. Se você já passou uma virada de ano na praia, também já reparou que várias pessoas depositam no mar oferendas para a divindade do candomblé, além de pularem sete ondas como forma de pedir sorte à orixá. As pessoas oferecem a Iemanjá diferentes mimos - flores, perfumes, sabonetes, velas - pois acreditam que a "rainha" leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, confidências, e traz de volta sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.
Iemanjá se multiplica em várias versões, protagonista de milhões de lendas, se transforma de acordo com a cultura. Chegou ao Brasil nos tempos coloniais, trazida pelos escravos. Em terras africanas era a deusa do rio Ogun, rainha das águas doces. "Entre nós, ela se tornou a rainha do mar", explica o antropólogo. Os cabelos negros, os traços delicados e os seios fartos sintetizam na bela divindade o arquétipo da maternidade. Pois é esse seu grande valor: acolher a todos que lhe pedem ajuda, sem julgar nem minimizar a dor de ninguém. Isso lhe vale mais um título, o de deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
Iemanjá significa "a mãe dos filhos-peixe". Filha de Olokum, Iemanjá foi casada com Oduduá, com quem teve dez filhos orixás. Por amamentá-los, seus seios ficaram enormes. Infeliz com o casamento e cansada de morar na cidade de Ifé, um dia ela saiu rumo ao oeste e conheceu o rei Okerê, por quem se apaixonou. Envergonhada de seus seios, Iemanjá pediu ao novo esposo que nunca a ridicularizasse por isso. Ele concordou. Porém, um dia, embriagou-se e começou a ofender a esposa. Entristecida, Iemanjá fugiu.
Desde menina, ela carregava um pote com uma poção que o pai lhe dera para casos de perigo. Durante a fuga, Iemanjá caiu quebrando o pote e a poção a transformou num rio cujo leito seguia em direção ao mar. Okerê, que não queria perder a esposa, transformou-se numa montanha para barrar o curso das águas. Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô e este, com um raio, partiu a montanha no meio. O rio seguiu para o oceano e, dessa forma, a orixá tornou-se a rainha do mar.
Casa de Iemanjá em Rio Vermelho, Salvador, Bahia-Brasil.
Aproveite o dia de hoje e oferte flores à quem te dá o "colo de mãe", harmonize-se com esta vibração. Quem não consegue se harmonizar com o azul, se embrutece e, não consegue se comunicar de forma satisfatória. Envolva-se.... e deixe que a marola do mar te envolva. Odociaba Iemanjá, Odoiá!
Odociaba Iemanjá, odoiá!
Odociaba Iemanjá, Odoiá! Salve!