sábado, 5 de janeiro de 2013

CASA DA CULTURA, É UM GRANDE SHOPPING DE ARTESANATO::RECIFE-PERNAMBUCO-BRASIL.

"A cultura é nossa, mas a casa é sua." Este é o mote da CASA DA CULTURA DO RECIFE. A antiga Casa de Detenção, virou um enorme espaço cultural com oficinas e aulas de arte, danças, folclóricas, mini shows, e as celas de detenção se transformaram em inúmeras lojinhas de artesanatos, os mais variados da diversidade pernambucana, e lanchonetes com comidas típicas como tapiocas e bolo de rolo, cafés. O ambiente seguro, tranquilo e fresco dos largos muros da grande e bela construção, virou um delicioso programa para passar a tarde.

                                         Casa da Cultura no Recife.
                                A belíssima Casa da Cultura no centro do Recife.

O governo da província de Pernambuco construiu em 1848 uma nova cadeia no Recife. As obras iniciadas em 1850 se basearam no projeto do engenheiro Mamede Alves Ferreira – que ocupava cargo na Secretaria de Obras Públicas de Pernambuco, idealizador de mais dois prédio históricos tombados: o Ginásio Pernambuco, recentemente reformado, e o Hospital Pedro II, cuja revitalização acaba de ser iniciada.

A nova Casa de Detenção do Recife, com 8400 m² de área construída e 6000 m² de pátio externo terminou de ser construída em 1867 e seu projeto foi concebido segundo o modelo de penitenciária mais moderno existente na época, na França. Seguindo essa lógica, o edifício, inaugurado em 1855, apresenta o formato de cruz, e é composto por quatro raios correspondestes aos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste), todos com três pavimentos, que confluem para um saguão central, coberto por uma cúpula metálica – o Mirante.

Tombado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) em 1980, funcionou como penitenciária durante 118 anos. Curiosamente, conta-se que naquela época não havia tanto temor em relação aos presos, que, pela centralidade em que se encontrava o presídio, participavam ativamente do cotidiano da cidade através de um trabalho social de reintegração. Havia uma preocupação com a inserção da instituição na vida social do bairro e até da cidade, inclusive conta-se que o melhor pão da região era aquele produzido pelas mãos dos detentos na panificadora do presídio. E os pentes de chifre e as coleções de jogo de botão fabricados ali tinham fama pela sua qualidade. Além disso, o primeiro estandarte do Vassourinhas foi bordado também dentro do presídio. Tudo isso sem falar que os detentos ainda formavam times de futebol e tinham uma biblioteca à sua disposição.

Em 1963, o então Chefe da Casa Civil, Francisco Brennand imaginou que aquele local poderia ser transformado numa casa que abrigasse toda a produção cultural do estado, criando assim em Pernambuco uma instituição similar aos centros de educação nas áreas de literatura, teatro, música e artes plásticas que estavam sendo criados na França pelo escritor André Malraux. No entanto, a idéia só foi colocada em prática quando a Casa de Detenção chegou a uma superpopulação de mil presos quando celas projetadas para abrigar 3 detentos chegavam a abrigar 8.

Esse excesso de detentos e a noção de que não era mais seguro manter uma casa de detenção no centro da cidade fizeram com que em 1973, o então governador Eraldo Gueiros Leite decidisse fechar a Casa de Detenção do Recife e enviasse os presos em sua maioria para a Penitenciária Agrícola de Itamaracá.

Foram necessários estudos para adaptar a antiga Casa de Detenção às suas novas funções, ficando o projeto para restauração do antigo complexo neoclássico sob a responsabilidade da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e Jorge Martins Junior e a restauração e o aparelhamento a cargo da Fundarpe. Três anos após o fechamento da Casa de Detenção, em 14 de abril de 1976, a Casa da Cultura foi inaugurada.

                                              A entrada da Casa da Cultura.
                                             Interior da Casa da Cultura.

Hoje, a Casa da Cultura é visita obrigatória de todos os turistas que chegam ao Estado, e ficam deslumbrados com a variedade imensa do artesanato que vem de mais de 149 municípios.

                                         A maravilhosa renascença de Pesqueira.
                  Renda renascença Richelieu, uma obra de arte em todos os sentidos.

As antigas celas - que também abrigaram personalidades como: Antonio Silvino, Gregório Bezerra, Paulo Cavalcanti, Graciliano Ramos, entre outros - foram transformadas em 150 lojas de artesanato, livrarias e lanchonetes – apenas uma, no raio leste, permanece exatamente como foi deixada pelos presos - e o pátio externo além de ter sido transformado em uma área para shows e manifestações populares e folclóricas também possui uma praça de alimentação a qual oferece as iguarias típicas da região: pamonha, canjica, tapioca, acarajé, água de coco, entre outras. A cultura gastronômica ainda tem seu espaço em um restaurante no raio sul que serve os principais pratos da culinária local: charque, arrumadinho, buchada, entre outros.

Tapioca é tipicamente brasileira, dos índios Tupi-Guarani, feita com goma de mandioca, côco fresco ralado. Variações com queijo de coalha, manteiga de garrafa e mel de engenho. Compoe os clássicos ingredientes dessa iguaria que é deliciosa com café.

          Variações com frutas como banana com chocolate e sorvete, ficam irresistíveis!

O local é o maior Centro da Cultura e Arte Pernambucana abrigando artesanato de todo o Estado, do litoral ao sertão. Peças em barro ou cerâmica na arte figurativa de Mestre Vitalino : desde bonecas, jogos de xadrez, jogos de damas,bumba-meu-boi, maracatu, frevo, até anjos e presépios etc. imagens sacras em terracota e santos em madeira, peças exclusivas em couro: bolsas, sandálias,chapéus e bordados em geral para cama , mesa e banho, confecções finas em renda renascença, confecções em algodão natural,e redes, mantas, cortinas, almofadas, artigos em fuxico, e retalhos, rendas em filé, xilogravuras, camisetas bordadas, moda praia, em biquinis, cangas, sandálias, e galeias de artes plásticas, quadros naiff, imãs de geladeira, chaveiros, e muitaaass lembranças de Recife e de Pernambuco.

              O tradicional FUXICO de Pernambuco, todo feito com retalhos de tecidos.
                                 Lindo aviãozinho feito em madeira reciclada.
                              Manuseio no tear para fazer o CAMINHO DE MESA.



 Renda renascença em uma grande variedade de peças de decoraçõa e vestuário. O colar é feito com palha dourada.
           Esforço, dedicação, tempo e gostar de fazer, para um bom e lindo artesanato.

Porta pratos e cestos de várias formas, moldados com palha de Burití e plaha de Carnaúba. Um espetáculo!

                    Peças lúdicas e de extremo bom gosto, em madeira reciclada.

Temos o tradicional bolo-de-rolo, hoje Patrimônio Imaterial do Estado (2008), castanhas e passas de cajú, a rapadura de alfinis, o saboroso mel de engenho, a cachaça pernambucana, lanchonetes, comidas típicas, como a tapioca da Dona Nicinha, a pamonha e canjica de Dona Maria e o acarajé do Baiano.

As suas antigas celas abrigam, além de lojas, a única livraria especializada em livros sobre Pernambuco, Cybercafé, sala de pesquisa e cursos diversos, Teatro, Concha Acústica e Anfiteatro externo, além do Museu do Frevo e ainda várias entidades culturais como o Balé Popular do Recife, a Associação dos Lojistas da Casa da Cultura, Federação de Teatro de Pernambuco, Associação de Capoeira, entre outras, têm suas sedes instaladas na Casa.

Assim como a sala ANA REGINA, em memória da professora  de Ballet Clássico, famosa nos anos 60 no Recife.

Outras ações culturais também são realizadas na Casa da Cultura, sempre ligadas às raízes pernambucanas. A decoração acompanha os ciclos quaresmal, junino, folclórico, assim como os shows e apresentações artísticas.

O prédio passou por uma reforma em 2004 que recuperou a área externa e todas as instalações hidráulicas e elétricas, instalando três novos elevadores panorâmicos – alvo de muita polêmica entre os arquitetos já que alguns acreditavam que isso poderia descaracterizar o projeto arquitetônico original. Foi colocado um painel em cada um dos 3 portais de acesso e outros no saguão central representando a Revolução de 1817 e o martírio de Frei Caneca, primorosa obra pintada pelo pintor pernambucano radicado na França, Cícero Dias.

A movimentação na Casa varia com os períodos de baixa estação – quando a média de visitantes fica em torno de 500 a 700 por dia – e os períodos de alta estação – quando a média de visitantes atinge 3000 pessoas por dia. Mas é importante lembrar que sua localização preciosa, no coração de Recife, ao lado da estação de metrô, termina atraindo os transeuntes. Muita gente que trabalha no centro e mora por perto visita a Casa no horário de almoço para relaxar aproveitando o ambiente agradável e fazer amizades.

Segundo a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico (Fundarpe) pretende investir ainda mais em novas atividades e propostas para o espaço. A idéia é envolver o visitante com a cultura do nosso Estado.

Para qualquer contato com a CASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO, favor dirigir-se a Associação dos Lojistas, pelo e-mail alccpe@casadaculturape.com.br ou nos telefones :
55 81- 8800.5930 e 81-8813.3390

Serviço:
2º à 6º das 9h às 19h.
Sábado das 9h às 18h.
Domingo das 9h às 14h.

Rua Floriano Peixoto, s/n Santo Antonio. Centro do Recife.
Fones 81-3224.0557/3224.4917/3224.9963